A pouco mais de três meses para o início da Copa do Mundo, no dia 12 de junho com o jogo entre Brasil e Croácia no Itaquerão, em São Paulo, não chega a 50% a quantidade de obras e projetos entregues do chamado legado que o Mundial deixaria para o país. São obras e investimentos em mobilidade urbana, segurança, aeroportos, portos, telecomunicações e estrutura de turismo.
A situação mais grave está nos investimentos em segurança para o Mundial: do R$ 1,8 bilhão de orçamento, apenas R$ 411,6 milhões já foram contratados, e somente R$ 266 milhões efetivamente executados -- pagos pela compra, obra ou serviço -- até o início deste ano. De acordo com o TCU (Tribunal de Contas da União), a maioria das ações de segurança é sigilosa e os projetos atrasados não podem ser detalhados.
As ações de turismo, que possuem um investimento de R$ 212 milhões anunciado pelo governo federal, não tiveram nenhum centavo liberado até janeiro. São obras de infraestrutura como construção ou reforma de centros de atendimento, sinalização e obras de acessibilidade.
O balanço atualizado de execução dos projetos da Copa foi apresentado pelo TCU durante audiência pública sobre o legado do Mundial na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, na manhã desta terça-feira (11) em Brasília. De acordo com Rafael Jardim, assessor técnico do ministro Valmir Campelo, responsável pela fiscalização das obras da Copa no tribunal de contas, as informações são provenientes das auditorias do órgão, do Ministério do Esporte, da Caixa e do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Os dados são de janeiro e fevereiro deste ano.
"Ainda existem muitas dúvidas e indefinições", afirmou o assessor do TCU sobre os projetos para a Copa ainda em andamento durante o evento aos senadores presentes. "A atuação do TCU, em análise de projetos da Copa ainda na fase de edital e licitação, gerou uma economia de meio bilhão de reais ao país", disse. "Os contratos foram corrigidos nestes empreendimentos fiscalizados, e depois não foi constado superfaturamento neles".
Todas as áreas, incluindo a construção dos estádios, apresentam uma execução de seus cronogramas de intervenções atrasada e com boa parte dos projetos em andamento sem condições de serem aprontados a tempo da Copa. As obras fiscalizadas fazem parte da Matriz de Responsabilidades, documento firmado por governo federal, estados e municípios com a lista de todas as obras que deveriam estar prontas até o início da Copa do Mundo.
A última versão da Matriz, divulgada em setembro do ano passado, traz uma lista de obras com um custo total de R$ 25,569 bilhões. Destes, R$ 8,2 bilhões financiados e outros R$ 5,7 bilhões em investimentos diretos da União. Outros R$ 7,8 bilhões são aplicados pelos governos locais (estado e cidade-sede), e apenas R$ 3,7 bilhões saem do bolso da iniciativa privada.
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